Quem Somos de Onde Viemos e para Onde Vamos psicologia
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belezas diferentes psicologia...
Quem somos nós? Como nos tornamos como somos? De que modo formamos nossa
personalidade? Sobre essas perguntas, pode-se dizer que o B. A. BA, esta nas
teorias de Piget, Wallon e Vygotsky.
PIAGET, Jean especializou-se no estudo do conhecimento humano, e em sua tese conclui
que os organismos vivos podem adaptar-se geneticamente a um novo meio, existe também
uma relação evolutiva entre o sujeito e o seu meio, ou seja, a criança reconstrói
suas ações e idéias quando se relaciona com novas experiências ambientais. Para ele,
a criança constrói sua realidade como um ser humano singular, situação em que o
cognitivo está em supremacia em relação ao social e o afetivo. Na perspectiva
construtivista de Piaget, o começo do conhecimento é a ação do sujeito sobre o objeto,
ou seja, o conhecimento humano se constrói na interação homem-meio, sujeito-objeto.
Para Piaget, o desenvolvimento mental dá-se espontaneamente a partir de suas
potencialidades e da sua interação com o meio. O processo de desenvolvimento mental
é lento, ocorrendo por meio de graduações sucessivas através de estágios: período
da inteligência sensório-motora; período da inteligência pré-operatória; período da
inteligência operatória-concreta; e período da inteligência operatório-formal
WALLON, Henry argumenta que as trocas relacionais da criança com os outros são
fundamentais para o desenvolvimento da pessoa. As crianças nascem imersas em um mundo
cultural e simbólico, no qual ficarão envolvidas em um “sincretismo subjetivo”, por
pelo menos três anos
Durante esse período, de completa indiferenciação entre a criança e o ambiente humano,
sua compreensão das coisas dependerá dos outros, que darão às suas ações e movimentos
formato e expressão. Wallon propõe estágios de desenvolvimento, assim como Piaget,
porém, ele não é adepto da idéia de que a criança cresce de maneira linear. O
desenvolvimento humano tem momentos de crise, isto é, uma criança ou um adulto não
são capazes de se desenvolver sem conflitos. A criança se desenvolve com seus
conflitos internos e, para ele, cada estágio estabelece uma forma específica de
interação com o outro, é um desenvolvimento conflituoso, no início do desenvolvimento
existe uma preponderância do biológico e após o social adquire maior força.
VYGOTSKY, Lev S. em sua teria afirma que a criança nasce inserida num meio social,
que é a família, e é nela que estabelece as primeiras relações com a linguagem na
interação com os outros. Nas interações cotidianas, a mediação (necessária intervenção
de outro entre duas coisas para que uma relação se estabeleça) com o adulto acontece
espontaneamente no processo de utilização da linguagem, no contexto das situações
imediatas. Segundo Vygotsky, o homem se produz na e pela linguagem, isto é, é na
interação com outros sujeitos que formas de pensar são construídas por meio da
apropriação do saber da comunidade em que está inserido o sujeito. A relação entre
homem e mundo é uma relação mediada, na qual, entre o homem e o mundo existem
elementos que auxiliam a atividade humana. Estes elementos de mediação são os signos
e os instrumentos.
FREUD, Sigmund considerado o pai da psicanálise mostra-nos em seus estudos acerca do
inconsciente humano e suas motivações. Durante muito tempo trabalhou na elaboração da
psicanálise; em seus livros: “A Interpretação dos Sonhos” e os “Três Ensaios sobre a
Teoria da Sexualidade”, nos diz que as relações que temos no meio social e familiar
são o que determinam nossa personalidade. O método psicanalítico de Sigmund Freud
consistia em estabelecer relações entre tudo àquilo que o paciente lhe mostrava,
desde conversas, comentários feitos por ele, até os mais diversos sinais dados do
inconsciente; Freud sempre achou que existia um certo conflito entre os impulsos
humanos e as regras que regem a sociedade. Muitas vezes, impulsos irracionais
determinam nossos pensamentos, nossas ações e até mesmo nossos sonhos. Estes impulsos
são capazes de trazer à tona necessidades básicas do ser humano que foram reprimidas,
como por exemplo, o instinto sexual.
Conforme Freud a psicanálise se apóia sobre a censura, o conteúdo psíquico dos
instintos sexuais e o mecanismo de transferência. A censura é representada pelo
“superego”, que inibe os instintos inconscientes para que eles não sejam exteriorizados.
Nem sempre isso ocorre, pode ser que eles burlem a censura, por um processo de
disfarce, manifestando-se assim com sintomas neuróticos. Existem diversas formas de
exteriorizarmos nossos instintos inconscientes: os atos falhos, que podem revelar os
segredos mais íntimos e os sonhos. Os atos falhos são ações inconscientes que estão
em nosso cotidiano; são coisas que dizemos ou fazemos que um dia tínhamos reprimido.
Erikson, Erik formulou a “Teoria Psicossocial do Desenvolvimento”, o desenvolvimento
evolui em oito estágios. Os primeiros quatro estágios decorrem no período de bebê e da
infância, e os últimos três durante a idade adulta e a velhice. Erikson identificou o
tributo de Freud para o entendimento do desenvolvimento, mas demarcou-se deste
perspectivando o desenvolvimento de uma óptica não patológica. Apercebendo-se de que
Freud persistiu excessivamente no domínio da sexualidade e das relações familiares.
diferencia basicamente, a Teoria Psicanalítica Contemporânea de Erik Erikson da Teoria
Psicanalítica Clássica de Sigmund Freud, é o fato de Erikson ter uma concepção mais
englobante do desenvolvimento, essencialmente porque, o desenvolvimento abarca todo o
ciclo de vida e não é assente em termos psicossexuais, mas sim em termos psicossociais.
Isto porque o meio não é só a família mas agentes externos, tais como, o meio
sócio-cultural, os grupos e as sociedades. Para Erikson o desenvolvimento tem de ser
enquadrado na relatividade cultural.
Erikson dá especial importância ao período da adolescência, devido ao fato ser a
transição entre a infância e a idade adulta, em que se verificam acontecimentos
relevantes para a personalidade adulta.
A teoria psicossocial em análise enfatizava o conceito de identidade, a qual se forma
no 5º estágio, e o de crise que sem possuir um sentido dramático está presente em
todas as idades, sendo a forma como é resolvida determinante para resolver na vida
futura os conflitos.
Com Erikson o conceito de Ego emerge com uma concepção ampliada, na qual assume novas
dimensões, sendo considerado criativo devido à sua versatilidade para resolver os
diferentes surgidos em cada estágio.
JUNG, Carl Gustav. Em seu livro “O Eu e o inconsciente”, mostra-nos uma variante da
psicanálise de Freud, uma mais humana e holística. Ainda que Freud e muitos dos seus
discípulos tenham ido muito a fundo nas suas revisões da psicologia ocidental,
atingindo os limites do paradigma cartesiano em Psicologia, Jung questionou
radicalmente seus fundamentos filosóficos: a visão de mundo de Descartes e Newton.
Ele não seria governado apenas elo determinismo histórico, como postulado por Freud,
mas também por uma ânsia evolutiva com uma função projetiva e teleológica; identificou
quatro funções psicológicas que chamou de fundamentais: pensamento, sentimento,
sensação e intuição.
Jung salientou de modo convincente, aspectos não racionais e não lineares da psique,
que inclui o misterioso, o criativo e o espiritual como meios válidos, ou formas
holísticas – intuitivas de conhecimento; via a psique como uma interação complementar
entre elementos conscientes e inconscientes, com uma constante troca de informação e
fluidez entre ambos.
O inconsciente não seria um mero depósito psicobiológico de tendências instintivas
reprimidas. Ele seria um princípio ativo inteligente, que, em seu estrato mais
profundo, ligaria o indivíduo a toda a humanidade, à natureza e ao cosmos. Jung
desenvolveu estudos de alquimia, mitos e lendas na busca de elementos que
contribuíssem para a elucidação das questões levantadas pela clínica da psicose.
Foram principalmente essas questões que o fizeram demandar outras perspectivas de
análise, tais como a abordagem simbólica e a hermenêutica. Com o instrumental teórico
oferecido por esses métodos, identifica nos mitos, lendas e processos alquímicos a
estrutura e a dinâmica psíquica por ele encontrados na clínica da psicose.
A partir dessa constatação, são fundados os pilares em cima dos quais Jung afirma que
essa estrutura, enquanto forma, seria um componente da psique, presente em todos os
indivíduos desde o nascimento, chegando então à sua hipótese mais refinada – a da
existência de um substrato desconhecido na mente humana, responsável pelo lado obscuro
da psique, que ele denominou de inconsciente coletivo que configura a dimensão objetiva
da psique e contém o aprendizado (resultante da experiência humana) em todos os tempos,
herdado pelo indivíduo como disposições ou virtualidades psíquicas.
E cada uma dessas funções pode ser experienciada tanto de maneira introvertida quanto
extrovertida.
Surge então a “Psicologia Transpessoal” que é o estudo e prática psicológica dessas
experiências, incluindo a natureza, as variedades, causas e efeitos das experiências e
do desenvolvimento transpessoal, como também as psicologias, filosofias, artes,
culturas, educação, estilos de vida, reações e religiões por elas inspiradas ou
voltados à indução, expressão, aplicação ou compreensão...
Segundo Jung, todo indivíduo possui uma tendência para a Individuação ou auto
desenvolvimento. Individuação significa tornar-se um ser único, homogêneo. Na medida
em que por individualidade entendemos nossa singularidade mais íntima, última e
incomparável, significando também que nos tornamos o nosso próprio si mesmo. Pode-se
traduzir Individuação como tornar-se si mesmo, ou realização do si mesmo.
“Se como indivíduos somos produtos do meio, somos também produtos de uma época, e como
tal, muda de tempo em tempo e pode até mesmo variar de cultura para cultura”, Silvio
Carvalho (Prof. Psicologia Social da UFF).
O ambiente, como sabemos, é sempre fator ponderável na vida de cada ser. Cada um viverá
daquilo que cultiva. Quem se oferece diariamente a tristeza, nela se movimentará. Quem
enaltece a enfermidade, sofrer-lhe-á os danos. Quando há compreensão recíproca, amor
fraterno, viveremos na antecâmara da ventura celestial. Mas se permanecermos no
desentendimento, falta de amor, maldade, teremos o inferno vivo. È a lei natural de
causa e efeito. Em detrimento do divã, muitas pessoas procuram alívio para o sofrimento
da alma em psicoterapias não freudianas, entre outras o existencialismo, a teoria
comportamental, filosofias orientais e a redescoberta da própria espiritualidade.
Foucault nos diz que a tolerância à loucura é diferente entre o Ocidente e Oriente,
nas épocas de paz e crise, pois nesta ocorre baixa das normas integradoras do meio,
que se torna mais tolerante. A percepção da loucura torna-se reconhecimento da doença,
mas nada a compromete ainda que necessário a ser diagnosticado de doença mental. Nem a
medicina árabe, nem a da Idade Média, nem mesmo a medicina pós-cartesiana admitiam a
distinção entre doenças do corpo e as do espírito; cada forma patológica referia-se ao
homem na sua totalidade. “Quando um homem fica estranho ao que se passa ao seu redor,
não reconhece mais o significado da vida humana e deixa de produzir; quando as regras
econômicas e sociais o reprimem sem que ele possa encontrar sua pátria neste mundo, ele
sendo estranho ao mundo real, é enviado a um mundo privado perdendo sua identidade, é
submetido ao constrangimento deste mundo real e vai experimentar o universo o qual foge
como para um destino” (Foucault, M.- Doença mental e psicologia).
Em meio às atividades do psiquismo assimilamos conhecimentos de fatos vividos, nesse
processo o “Eu” de cada um conscientiza dos fatos que estão acontecendo em sua vida;
Todas nossas atividades são ativadas pelo inconsciente, desde o nascimento, ainda como
bebês o nosso “Eu” produz estímulos, como por exemplo, pegar um brinquedo ou
simplesmente elevar a mão, e no decorrer do crescimento o “Eu” de cada um é moldado
conforme os estímulos sócio-culturais e familiares, formando a “personalidade” do
indivíduo.
Desse modo conclui-se o fato de que a cultura regional muito influencia para a
formação dos do nosso “Eu”, como exemplo podemos citar alguns paradigmas culturais;
No Brasil dois homens vistos caminhando de mãos dadas, são vistos com preconceitos e
fatalmente rotulados de homossexuais, porem na grande maioria dos países do oriente
médio o gesto de amizades entre os homens é andar de mãos dadas, em contra partida, a
homossexualidade nesses países é vista com preconceito e descriminação, onde os
homossexuais são punidos com a morte por enforcamento.
Por esse prisma, percebe-se que a cultura forma os paradigmas psicossociais, variando
desde uma cidade para outra e por fim de um país para outro.
Em comum todos nos mostram que a influencia cultural, social e familiar constroem a
personalidade .
Nos somos o conjunto de informações que adquirimos no decorrer de nosso desenvolvimento.
Bibliografia;
JUNG, Carl Gustav. O Eu e o inconsciente. Tradução de Dra. Dora Maria Ferreira da Silva.
Petrópolis: Vozes, 2001, 15ª edição, volume VII/2 das Obras Completas.
JUNG, Cal Gustav Psicologia do Inconsciente. Petrópolis: Vozes, 2001.
E. A. Bennet. O que Jung disse realmente. Editora JZE. Rio de Janeiro. 1985.
Grof, Stanislav. – Além do Cérebro, Editora McGraw-Hill, São Paulo, 1988.
MARTINS, C. Psiquiatria Transcultural e países em desenvolvimento. Revista Brasileira de
Psiquiatria 3(1):31-62, 1969.
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