Meu filho a Adolescente quer se Tatuar no Pescoço
20:13
Meu filho de 14 anos quer uma tatuagem...
Permitir ou não aos filhos se tatuar?
Este é um dilema que a maioria das mães deseja nunca ter que enfrentar,
mas é cada vez mais comuns jovens optarem por uma tatuagem. O problema é só desvendar os preceitos por trás da tatoo que talvez os pais entendam e não seja mais tão rigorosos.
Virou moda. Já não há barreira de idade, classe social ou sexo para os adeptos de tatuagens,
piercings e, mais recentemente, alargadores. É só prestar atenção para encontrar alguém
que já passou dos 50 com a primeira tatoo novinha na pele ou um garoto com cara de
tímido e “bom moço” ostentando um piercing na sobrancelha.
Muitos pré-adolescentes e adolescentes, sempre em busca de identificação com o grupo,
querem entrar na onda, o que pode resultar em conflitos familiares. Com a cultura e os
valores tão modificados, os próprios pais ficam em dúvida entre permitir ou proibir, apoiar
ou rechaçar. “Nesses casos é fundamental respeitar os valores do núcleo familiar. Os pais
devem mostrar ao adolescente que, além do grupo, ele pertence a uma família com regras
e valores”, diz a psicóloga Janaína Caobianco.
querem entrar na onda, o que pode resultar em conflitos familiares. Com a cultura e os
valores tão modificados, os próprios pais ficam em dúvida entre permitir ou proibir, apoiar
ou rechaçar. “Nesses casos é fundamental respeitar os valores do núcleo familiar. Os pais
devem mostrar ao adolescente que, além do grupo, ele pertence a uma família com regras
e valores”, diz a psicóloga Janaína Caobianco.
Ou seja, não há uma regra estabelecida para esse tipo de comportamento. “Se naquela
família piercing é um absurdo, os pais vão ter de questionar a vontade do filho. Por outro
lado, precisam compreender os novos valores sociais, saber que hoje essas intervenções
não são mais tão condenadas quanto no passado.”
família piercing é um absurdo, os pais vão ter de questionar a vontade do filho. Por outro
lado, precisam compreender os novos valores sociais, saber que hoje essas intervenções
não são mais tão condenadas quanto no passado.”
Para a psicóloga, mesmo que a família ache a body art bonita e não veja problemas, deve
haver negociação. Por exemplo: em que idade será permitido? “Tudo deve ser avaliado: o
tamanho do desenho, o local do corpo onde será feito, qual desenho. Uma estrelinha
mínima no pulso é bem diferente de um dragão ou caveira nas costas”, pondera.
haver negociação. Por exemplo: em que idade será permitido? “Tudo deve ser avaliado: o
tamanho do desenho, o local do corpo onde será feito, qual desenho. Uma estrelinha
mínima no pulso é bem diferente de um dragão ou caveira nas costas”, pondera.
Menos preocupantes são as transformações reversíveis, como nas roupas e cabelos.
“Mudanças no visual são próprias da idade, já que o jovem está passando por um
momento de muitas transformações psíquicas e físicas”, afirma a psicanalista Maria
Augusta de Mendonça Guimarães, coordenadora do Núcleo de Estudos da Adolescência
da Associação Serpiá.
“Mudanças no visual são próprias da idade, já que o jovem está passando por um
momento de muitas transformações psíquicas e físicas”, afirma a psicanalista Maria
Augusta de Mendonça Guimarães, coordenadora do Núcleo de Estudos da Adolescência
da Associação Serpiá.
Para ela, o visual é uma forma de expressão do adolescente, por isso ele precisa ter um
mínimo de liberdade. “No entanto, os pais devem estar presentes e atentos ao que acontece,
tentando buscar muito diálogo e bom senso.”
mínimo de liberdade. “No entanto, os pais devem estar presentes e atentos ao que acontece,
tentando buscar muito diálogo e bom senso.”
Os adolescentes estão com um estilo bastante personalizado. Há o grupo dos mais
ousados, que enfeitam o corpo com tatuagens, piercings e até alargadores – aquelas argolas
enormes na orelha. Já os menos radicais usam penteados em estilo dread-lock (rastafári) ou
tintura de cores chamativas.
enormes na orelha. Já os menos radicais usam penteados em estilo dread-lock (rastafári) ou
tintura de cores chamativas.
Os pais e as mães costumam ficar assustados com essas atitudes, sem saber o que fazer.
Algumas famílias apóiam a decisão dos filhos, mas para outras tais mudanças são um
problema. Segundo a psicóloga. Esse comportamento dos jovens é normal. ”Eles querem
chamar a atenção, ser diferentes ou fazer parte de um grupo”, diz.
Algumas famílias apóiam a decisão dos filhos, mas para outras tais mudanças são um
problema. Segundo a psicóloga. Esse comportamento dos jovens é normal. ”Eles querem
chamar a atenção, ser diferentes ou fazer parte de um grupo”, diz.
Com relação ao estilo do cabelo, não há motivo para drama. Se o seu filho quiser voltar
atrás, é só cortar as trancinhas. Já com as tatuagens definitivas, não acontece o mesmo.
”Como não têm idade suficiente para tomar tal decisão, eles talvez se arrependam no
futuro”, alerta Rita.
atrás, é só cortar as trancinhas. Já com as tatuagens definitivas, não acontece o mesmo.
”Como não têm idade suficiente para tomar tal decisão, eles talvez se arrependam no
futuro”, alerta Rita.
. Quando sua resposta é sim
Primeiro, deixe o preconceito de lado e escute seu filho. Se sentir que não é só uma coisa
de momento e não vê problema nessas práticas, apoie o jovem. Mas fale dos prós e dos
contras da decisão. Se ele quiser ter um piercing, por exemplo, leve-o para assistir uma
sessão ou faça-o conversar com alguém que já tenha feito um.
de momento e não vê problema nessas práticas, apoie o jovem. Mas fale dos prós e dos
contras da decisão. Se ele quiser ter um piercing, por exemplo, leve-o para assistir uma
sessão ou faça-o conversar com alguém que já tenha feito um.
. Quando sua resposta é não
Se você é contra, explique claramente o porquê. Diga a ele que ao fazer uma tatuagem,
por exemplo, ele poderá ter problemas futuros para arrumar emprego, sofrer discriminação
ou mesmo enjoar do desenho escolhido. E quando ele tiver maturidade e puder responder
sozinho por suas ações, você irá apoiá-lo. Fale com autoridade e ponto final!
por exemplo, ele poderá ter problemas futuros para arrumar emprego, sofrer discriminação
ou mesmo enjoar do desenho escolhido. E quando ele tiver maturidade e puder responder
sozinho por suas ações, você irá apoiá-lo. Fale com autoridade e ponto final!
Tatuagem
Procure referências do profissional eleito e tenha certeza de que seu filho não tem alergia.
A tatuagem deve ser feita sobre a pele sadia, com tinturas vegetais e material descartável.
Faça-o escolher bem o desenho, para não se arrepender depois. Na dúvida, ele pode fazer
primeiro uma tatuagem de henna, que desaparece naturalmente em até três meses.
A tatuagem deve ser feita sobre a pele sadia, com tinturas vegetais e material descartável.
Faça-o escolher bem o desenho, para não se arrepender depois. Na dúvida, ele pode fazer
primeiro uma tatuagem de henna, que desaparece naturalmente em até três meses.
Piercing
É uma palavra que em inglês significa perfuração. Os furos podem ser feitos em várias
partes do corpo. Os mais comuns são orelhas, sobrancelhas, umbigo e língua. O tempo de cicatrização varia de acordo com o local escolhido. Mas se o piercing não for bem
colocado e mantido sobre rigorosos cuidados higiênicos, poderá provocar reações
alérgicas ou inflamações.
partes do corpo. Os mais comuns são orelhas, sobrancelhas, umbigo e língua. O tempo de cicatrização varia de acordo com o local escolhido. Mas se o piercing não for bem
colocado e mantido sobre rigorosos cuidados higiênicos, poderá provocar reações
alérgicas ou inflamações.
O desejo de fazer uma tatuagem pode surgir, mas essa é uma decisão que não deve ser
tomada por conta própria. “Nessa idade, os jovens ainda não estão maduros sob nenhum
aspecto, nem neurológico, nem emocional”, afirma a psicóloga, “Por mais que a tatuagem
hoje seja mais bem aceita do que no passado, pode levar a arrependimentos futuros porque
a adolescência é uma fase em que as opiniões não estão prontas e as emoções são exacerbadas”, acrescenta a psicóloga
Diálogo é a palavra-chave. “Os conflitos geracionais fazem parte de toda família, não há
como extingui-los, principalmente quando se tem um adolescente em casa. O problema não
é existir o conflito, mas sim saber administrá-lo”, lembra a psicanalista.
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